domingo, 17 de março de 2013

Voluntariado - Projeto "Vestibular Cidadão"

Anteontem, sábado (16), participei de uma reunião que visava a apresentação do projeto "Vestibular Cidadão". Além da exposição inicial acerca do que se tratava o projeto, de todas as dificuldades encontradas em mantê-lo e de depoimentos de pessoas que há anos participam, nos dividimos nas matérias em que cada um gostaria de lecionar para que então fosse formulado um projeto de horário. Antes de tudo, o "Vestibular Cidadão" tem como ideal proporcionar aulas aqueles que não tem condições de bancar um pré-vestibular, seja essa pessoa de escola pública ou ex bolsista. É um projeto de extensão da "Faculdade de Direito do Recife - UFPE", mas, infelizmente, anda com as próprias pernas. A realidade é bastante humilde, mas a vontade de ajudar é maior. O que pude ver nas horas que passei naquela sala - creio que cerca de duas, se não me engano - foi a cumplicidade daquela equipe e o quanto eles levam aquilo a sério. E me senti honrada de estar podendo fazer parte disso. É tirar um tempo mínimo da sua semana (1 hora semanal) para dar a oportunidade a quem quer estudar, a quem busca um futuro, uma nova realidade. 

Ao chegar em casa, confesso que a realidade bateu a porta e repensei se essa minha atitude de ingressar no grupo seria a mais acertada. Porque, por mais brilhante que seja, não é fácil. E isso eu pude ver ali. Há 3 salas de estrutura simples, falta piloto, xerox, etc. Mas o que pesou mais foi que é difícil sair da zona de conforto. Seria mais fácil continuar em meu "mundinho particular" de estudar à noite, acordar a  hora que quero, sem responsabilidade alguma. Por alguns minutos essa foi a condição perfeita, mas depois a consciência bateu e, mais forte ainda, bateu a vontade de mudar essa situação e de ganhar uma nova realidade. Ao proporcionar ao outro um bem como a educação estamos dando um retorno à sociedade que já tivemos um dia e que hoje eles mesmo que queiram não podem por falta de condição.

Sim, está na hora de adquirir responsabilidades, de devolver aquilo que ganho: o bem. E de conhecer novas pessoas que diferem tanto daquilo que estou acostumada e ai está o lado bom! De conhecer novos rostos, novas histórias, novas realidades. De confrontar o desconhecido e tirar daquilo o meu melhor. Pode ser que já na primeira aula eu queira desistir, mas aprendi que até isso é normal. E vai ser assim plantando aos poucos que frutos serão colhidos, em ambos os lados.

Educar é muito mais do que ser professor.

"Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão" (Paulo Freire)
***

Hoje assisti um filme que bastante tem a ver com toda essa ideia de ajuda ao próximo, chama-se "A Condenação". Não vou entrar no mérito de sinopse do filme ou de criticar isso ou aquilo, mas sim do fato dele ser baseado em uma história verídica e assim de eu ter tomado ciência do "Projeto Inocência". Por ser no âmbito do Direito, e mais especificamente de Direitos Humanos, despertou o meu interesse e me fez buscar mais e mais sobre esse projeto. Do pouco que já sei é que já foi implantado em outros países além dos Estados Unidos, mas que ainda não existe no Brasil. Fica a ideia, quem sabe para um dia. 

sexta-feira, 8 de março de 2013

#peganomeu8demarço

"O masculino violento não está nos corpos masculinos, está em toda parte."


***

Início

Considerações iniciais.

Ilustração do título: Agnes Cecile

Título inspirado na filosofa e, antes de tudo, mulher e feminista Simone de Beauvoir. Url baseada na música "Pagu", a qual na voz de Rita Lee tanto me encanta.

Apresentações iniciais.

O intuito disso tudo ainda é meio incerto, sem garantia alguma de vingar, mas há a vontade de transpor limites e de colocar no papel pensamentos que serão, então, transformados em palavras. Há pouco mais de um ano, como tanto já escrevi e pensei, muitos paradigmas, felizmente, foram quebrados. Barreiras foram ultrapassadas dando lugar a novas ideias e ideologias. Nada fixo, nada constante. As ideias vêm e surgem sem nenhuma pretensão especifica e fazem uma certa bagunça que cria o ambiente perfeito para a germinação de novos pensamentos. Algumas vezes, eles são piedosos e logo permitem que a calmaria restabeleça a paz do local, minha mente. Mas na maioria das situações, eles esquecem toda a pena e clemência em casa e causam uma inquietação cada vez mais forte da que antes ali se fez.

Não reclamo. Nem dos piedosos e muito menos dos impiedosos. Toda a turbulência causada, seja ela efémera ou duradoura, vem para o bem. O bem do sentir mais e do pensar mais. E de conseguir um equilíbrio não tão equilibrado assim entre esses dois fardos. E nesse pouco mais de um ano, muita coisa mudou. Eu mudei. Nunca fui uma pessoa muito aberta a mudanças, sempre relutei bastante em sair da minha zona de conforto, seja isso conscientemente ou inconscientemente, não sei bem ao certo. Com certeza foi um passo maior do que a perna, mas muito necessário. E todas as oportunidades desse passo puderam fazer com que a perna se tornasse mais do que suficiente para que outros fossem dados. 

Claro que há o medo do incerto. A falta de concretudes e certezas muitas vezes pesa e lembra que em outras épocas foi mais fácil. Talvez tenha realmente sido, mas não mais sincero e verdadeiro do que hoje é. E é esta certeza, mesmo que muitas vezes seja a única que tenho, que alavanca a vontade de se alcançar voos maiores. Aos poucos, vou me modelando. Não segundo vontade alheias ou de todo esse sistema enganador. Vou me descobrindo e assim me reinventando. Agora, não se trata de uma forma pre-definida. É uma modelo que ganha forma(s) constantemente, a cada dia, hora, sentimento e descoberta. E um modelo que não tem mais medo de dar um passo para trás para depois dar dois em frente. É um modelo que se descama constantemente para dar lugar ao que lhe faz bem.